Acalmar, trazer alegria, estimular a fome, a concentração… as cores, quando bem orquestradas, têm um importante papel no conforto dos ambientes e, consequentemente, no bem-estar dos moradores. Quem me conhece sabe o quanto sou apaixonada por usar as cores e sou a favor de fugir dos neutros, dos cinzas, mas isso não significa que precisamos colorir tudo, podemos pensar na paleta de uma forma suave. As cores influenciam e muito no nosso humor, prova disso é só caminhar pela cidade e, ao ver uma árvore uma florida, a gente acaba mudando de humor, sorrindo. Vocês já perceberam isso? Acredito muito que a gente pode amenizar a sensação de viver numa cidade grande com uma decoração leve e colorida. E já que elas exercem esse poder de transformar os ambientes é preciso cuidado ao escolher cada uma, não só pensando no intuito de decorar, mas também provocar as sensações desejadas. Não acredito em regras, como se estivéssemos seguindo uma receita de bolo, mas devemos pensar de maneira coerente. E, mesmo não havendo regras específicas, em geral, evitamos nuances esfuziantes (laranja, vermelho, amarelo) em lugares que pedem descanso, como o quarto, e recorremos aos vermelhos e laranjas onde lidamos com alimentos, estimulando a fome, o apetite.
Se a dica é não errar na combinação, podemos pensar nos tons complementares, que ocupam os lados opostos no círculo cromático, como vermelho e verde, laranja e azul, amarelo e roxo. Num primeiro momento, eles parecem incomuns, mas na vida real combinam muito bem ao equilibrar nuances quentes e frias. Já as cores correspondentes se referem aquelas que estão lado a lado no círculo cromático, o que conhecemos (e eu amo!) de tom sobre tom. Fica lindo, por exemplo, jogar com diferentes contrastes, como verdes claros e escuros.
E por falar em círculo cromático, vocês sabem o que ele significa? Trata-se de uma representação simplificada das cores vistas pelo olho humano, demonstrada por um círculo dividido em doze partes, cada uma representada por uma cor. Ao todo, há três cores primárias (amarelo, vermelho e azul), três secundárias (mistura de duas primárias) e seis terciárias (mix das primárias com secundárias). Para fechar essa minha primeira conversa com vocês (confesso que estou adorando desde já), reuni um pouco do significado de cada cor, começando pelas minhas prediletas, o azul e o verde.
Verde: símbolo de renascimento, estimula o relaxamento e aumenta a concentração. Traz a sensação de frescor, calma, saúde e está relacionada à natureza e à prosperidade. Na cultura japonesa, o verde quer dizer vida eterna e é a cor sagrada do Islam. Os odores que estão associados a esse tom são os cítricos, novos e puros, enquanto os gostos são os ácidos, azedos e frescos.
Azul: ligado ao mar e céu, ele tem efeito calmante e está ligada à liberdade. Oferece a sensação de segurança, confiança e tecnologia. Curiosamente, é uma das cores mais escolhidas no mundo e, acreditam, os egípcios foram os primeiros a desenvolverem os pigmentos sintéticos azuis.
Vermelho: simboliza energia, alegria, criatividade, entusiasmo. Apostar nos tons de vermelho é sempre buscar resultado com um destaque especial.
Amarelo: traz a alegria e deixa os ambientes mais descontraídos. Deve ser usado em suas variações desde o ocre, passando pelo mostarda até o amarelo vivo e aceso. Quando adotado em ambientes mais escuros ajuda a iluminar o local.
Branco: está totalmente ligado às sensações de paz e tranquilidade. Resulta em amplitude e bem versátil. Mas sempre devemos tomar cuidado ao pintar tudo de branco e tornar os espaços sem graça e frios.
Preto: remete à formalidade, seriedade, elegância. Também é sinal de sofisticação, mas sugiro usar sem exageros para não pesar no ambiente, sempre combinando com outras cores mais claras e vibrantes.
Cinza: variação mais leve do preto, ele tem uma gama infinita de variações. É extremamente neutro para ser usado como base e é atemporal.